Fonte de Vida
Augusta Schimidt

Fonte de vida sua ramagem
Purifica o ar que nos vivifica
A densa cabeleira, a folhagem
Verdejam as mais belas paisagens.

Dos brotos da minha ilusão
Desabrocham as esperanças
Com os frutos dessa bonança
Saciar a todos...Quem me dera!

Brotam os sonhos no cenário
Amadurecem frutos nas videiras,
Secam as ilusões fagueiras,
Mas verdejam lindas paisagens...

Na colheita de sentimentos
Na bucólica quietude
Na paz da nossa virtude
É que colhemos a felicidade.

Folhas de Outono
Augusta Schimidt

Dormem sonhos sob as folhas de outono
E quando descem das frondosas arvores
Tecem tapetes encantados
Ornamentando os rios e o chão das matas.

E enquanto flutuam no ar
Serenamente absorvem da natureza a aparência
E como pedaços coloridos de esperança
Deitam na relva tranqüila
Deixando como despedida
A certeza da renovação da vida.

Favelado também ama
Augusta Schimidt

Faz-se o dia no submundo
Onde o sol brilha e a brisa abraça
Como só abraçam os braços do amor
Favelado também ama, sim senhor...

Da incerteza e da pobreza da alma
Da inocência do molambo perdido no mundo
Desnudam-se corpos a roçar pele com pele
Sem rumo e vivendo as margens da própria vida
Com um único direito de sonhar
O favelado ama,
Mas com o dever de nunca esperar

Falar de Amor...
Augusta Schimidt

O amor, sol interior
É reunião de sentimentos
Que liberam boas energias
Pois amar não é utopia

Eu te amo, frase de efeito?
Depende de quem a diz
Pois quem ama com amor verdadeiro
Traz na alma a vontade de ser feliz

Falar de amor é acreditar
No amor de Deus, mais profundo
Que deu ao homem este mundo
Com o direito de viver, de pensar e de fazer...

É acreditar no amor à humanidade
É praticar a caridade
É sermos dignos com a Sua verdade

Exaltação
Augusta Schimidt

Clara manhã rosada segue o dia,
Luz crescente,dissolve o sal da bruma
O sol,vida reduto da emoção,
Mistério que seduz exalta em lida.

Sai pelo mundo, evita a inércia, vai...
Conduz o seu destino e se profícuo
Pesado é o fardo que te impus à alma
Eu sei...mas meu amor te vela e acalma...

Pariu meu peito, amor alvissareiro
Uma árvore plena, sabia fonte
Do poder é o dono e o sementeiro.

Da luz dourada o régio brilho aparecer
Pelas galáxias, há o teu ardor...
Prova brilhante o sol que podes ser.

EU O SOU, um convite a sermos sempre mais nós mesmos. Buscando conhecer nosso íntimo, nossa vida, nosso ser. Muitas pessoas sofrem porque ainda não se conhecem, não se amam. Vale a pena nos conhecermos para nos valorizarmos mais, valorizar aquilo que somos, fazemos e temos.
Hermes José Novakoski

“Eu o sou”
Augusta Schimidt

No imenso ventre do tempo
Os anos que virão
Florescem como embriões
Da esperança do amanhã.

No arsenal inesgotável das idades
A seiva do futuro escorre das montanhas sem fronteiras
E alimenta as sementes do passado

No seio sem medidas da eternidade
Que não conhece origens nem limites
Entre o que foi e o que há de ser
Segue a vida...

Os anos virão... incontáveis
Mais do que as águas de um oceano
No sem limites útero do tempo,
Esperando o cronológico momento.

Já se faz tarde...
O amanhã já foi concebido
Há, portanto, que viver a vida.

Espírito e Matéria

Augusta Schimidt


Espírito, evolução
Matéria da Criação
Luz que clareia a vida
Nos caminhos da esperança...

E quando nas trilhas da vida
O horizonte te parecer mais alto
Lembra-te da evolução,
Faz da tua subida
Uma sementeira a brotar...

Esperança
Augusta Schimidt

Nada... Apenas solidão
Um pensamento acelera meu coração
Enquanto o frio me invade a alma
Penso então em tempos idos
E enquanto o vento sussurra em meus ouvidos
Rola em meu rosto uma lágrima calma.

Toca-me um anjo ao raiar do dia
E a lembrança do seu rosto me faz companhia
Fico então a espera da estrela guia
Entre suspiros, ais e sonhos
Na esperança de que meus olhos tristonhos
Vejam você chegar num barco de poesia.

Campinas/SP

Epitáfio
Augusta Schimidt

Quando eu tiver que partir não me despeço da vida, pois sei que esta não acaba. Mas despeço-me dos amigos que aqui ficarão. Não será adeus, será até breve, pois também sei que um dia nos encontraremos. Esta é a viagem que todos faremos...
E quando eu me for, quero deixar na minha lápide os meus sonhos de menina, meus sonhos de mulher...
Quero agradecer as rosas amarelas deitadas ao mar, símbolo de um grande amor vivido em toda sua dimensão.
Quero que quem as encontre , saiba que fui feliz, apesar de adversidades...
Quero deixar minha poesia aos ventos, para que as leve em suas asas ao outro lado do oceano, para que saibam que :

Aqui jaz um corpo
Cuja alma fez amigos,
Conquistou...
Construiu castelos...
Desmoronou...
Reconstruiu...
Mas jamais perdeu a Esperança.

Aqui jaz um corpo
Cuja alma voa nas asas do vento
Percorrendo o firmamento
Recitando os versos
Que fez ao longo da vida

Aqui jaz um corpo
Cuja alma está feliz...

Em busca da emoção
Augusta Schimidt

Natureza...
Inspiração...
Cheiro de mato no ar
Passa o vento ligeiro
Derrubando em seu roteiro
Flores pelo chão

E as folhas rodopiando
Algumas feito pião
Formam tapetes orvalhados
Servindo de passarela
Para aquelas que seguem em giro
Tal qual uma bailarina
Solta, sutil
Dançando em busca da emoção.

Despedida
Augusta Schimidt

Você veio na poesia
E a poesia te levou
Pra onde? Não sei...
Talvez para os braços de alguém
Que te ama mais que eu
Será isto possível? Meu Deus!

Pois agora eu me despeço
De você e da vida
Do mundo que me acolheu
Mas pouco me deu...

Posso até não deixar saudades
Tenho parte da minha missão cumprida
Mas chegou minha hora
A hora da derradeira despedida

Doce manhã
Augusta Schimidt

Doce manhã com tessituras de vida
Chega envolta num lençol de nuvens
Espargindo o perfume do orvalho
Bordando poemas de esperança

Doce manhã que a cada dia se renova
Fazendo do ser um eterno ter
Sonhos, anseios, magia pura de viver
Singelos momentos de paz

Doce manhã colorida de azul
Aquecida com o sol que ilumina a nova era
Traz-nos a sensação de eterna primavera
Espectro de cores com matizes de felicidade.

Campinas/ SP

Dilema
Augusta Schimidt

Às vezes me vejo em cada situação...
Meu pensamento voa... Divaga...
Tenho duvidas de difícil solução

Não sei se faço poesia,
Ou se canto alegria...

Poeta sei que não sou,
Pois meu coração mora no peito
E coração de poeta
Mora nas pontas dos dedos

Vê lá se isso tem jeito?

Não sei se entro em cirandas
Onde os olhos brincam com os sonhos,
Pois às vezes eles adormecem
E a noite misteriosa nos mostra
Estrelas com rugas e magoas

Não sei se oro ou se choro
Pelo pássaro azul que voou
Talvez um dia ele volte
E me conte o quanto me amou

Penso nisso tudo
Não sei como resolver...
Mas que Dilema!

Campinas/SP
Julho/2010

Desejos
Augusta Schimidt

Sob o luar,
Desejos...
E além do horizonte,
Descanso em sonhos...

Sonhos ou vida?
Vida na esperança de chegar...

Campinas

Desculpa
Augusta Schimidt

Desculpa...
Seu amor é importante,
Mas sou poesia!
Tenho que partir...
Nas asas da gaivota vôo mares
Sigo o horizonte até a eternidade...

No coração do poeta sou alento,
Nos olhos da criança sou felicidade
Sigo o curso das águas do rio
Das arvores sou a ramagem.

Eu sei... Desperto paixões,
Sonhos e emoções...
Às vezes faço chorar,
Mas caminho com a alma leve,
Esperando um momento breve

Desculpa se vivo em muitos corações,
Mas sou o canto pungente,
Sou o compasso da musica,
Que todo poeta sente.

Campinas/SP

Deixe...
Augusta Schimidt

Deixe que eu te ame,
E que as nuvens chorem chuva
Para lavar a vida... Constante labirinto
Corredores de ilusões...

Deixe que os desencantos
Dos meus dias tantos
Sigam caminhos paralelos
Indiferentes... Disfarçando emoções...

Deixe que eu mergulhe fundo
No mar da esperança
Para pescar sonhos de futuro
Alinhavados com a linha do horizonte do seu mar

Deixe que eu tenha fé
De que meus desejos se irão realizar,
Pois hoje, num barco sem rumo
Navegam em busca de certezas...

Deixe que eu costure um véu
Com pedacinhos azuis do céu
Para me cobrir de paz...

De passagem
Augusta Schimidt

Passageira de uma vida inteira
Viagens e aventuras fascinantes,
Trilhas, atalhos, caminhos verdejantes...
No tempo, sou mera viajante.

Tempo...
Será você o senhor do universo?
É que sempre traz na bagagem
Aflições, esperanças, choros, bonança...

Tempo que me sopra poeiras,
Verdades e até ilusões fagueiras

Você tem sido para mim
Como folhas coloridas pelo outono
Singelas, mas às vezes
Acenam-me no abandono...

Conversa interior
Augusta Schimidt

Ah, meu coração!
Veja lá o que fez comigo,
Já não deixo mais você falar
Pois bastou você se abrir
Tirou tudo fora do lugar...

Já tínhamos combinado
Que antes de falar
É preciso pensar
E você na inocência
Acabou por atrapalhar.

Certas coisas não se diz
Pra não ser mal interpretado,
Pois há sempre quem possa pensar
Que você age do lado errado

Sossega meu coração
Nem sempre o que se sente
É pra dizer a toda gente!

Chorar Saudades
Augusta Schimidt


Durante tanto tempo caminhamos juntos
Foste meu, fui tua,
Mas nosso amor que parecia eterno
Foi acabando...

Hoje tens interesses outros,
Meu sentir já não te interessa tanto
Não mais sente por mim, teu coração,
Nem mais consolas o meu pranto.

O destino que um dia nos uniu,
Está tomando novos rumos
Sem piedade...
Deixando-me apenas sentir
A dor de uma enorme saudade.

Já posso sentir a distancia entre nós dois
Logo estranhos seremos, nada mais,
Para outro amor, sei que vais
E quando tudo acabar
Só me restará chorar saudades.


Campinas/SP

Cenário Real
Augusta Schimidt

Luzes piscando,
Homens e mulheres cantando,
Desejos de paz...

Famílias reunidas,
Trocas, afagos, sorrisos,
Ruas movimentadas com gente apressada...

Nos becos e sarjetas
Vidas amargas vegetam solidão
É Natal...

Chuva de amor
Augusta Schimidt

Chuva torrencial que assusta
O coração do poeta e trovador
Alma inquieta que trava o verso
Na água que escorre sem pudor.

No barulho do trovão salta o coração
Enquanto um raio pinta no céu a cor azul
E quando a chuva acalma
Respinga garoa florida
De pensamentos meus...

Garoa de pétalas de rosas multicores
Transformando os pingos
Em borboletas...Amores...
Fica nas mãos do poeta o perfume das flores
No coração, o calor da febre...
Do amor e carinho que recebe.

Campinas/

Castelos
Augusta Schimidt

Relíquias de um sonho encantador
No coração com carinho estão retidas
Construí castelos no meu mundo alentador
Com proezas fantásticas vividas.

Pelas janelas da alma vislumbro
A luz de um anjo: que esplendor!
Trazendo nas mãos muitas flores coloridas
Apanhadas dos galhos sobre a relva já crescida.

E no coração do meu castelo onde eu sonhava
Qual princesa, menina-mulher tão faceira,
O vento murmurava doce canção
Transformando a saudade em esperança derradeira

Das cortinas do tempo,
Só resta poeira
Deste amor tão grande...
Sou escrava, a vida inteira.

Campinas/SP

Caminhando eu vou
Augusta Schimidt

Caminhando vou pela vida
Sem um rumo muito certo
Não sei se quero ir longe
Ou se fico aqui por perto

Resolvi que a caminhada
Eu faria assim sozinha
Coloquei o pé na estrada
Agora sigo o meu caminho

Quero mesmo é chegar
Num lugar bem claro e calmo
Numa curva irei parar
Para ver se ali me acalmo

Decidi peregrinar
Pra esquecer os meus tormentos
Deixei pra trás os espinhos,
Pois sofrer já não agüento

E quando conseguir chegar
Ali ou em qualquer lugar
Espero que a recompensa
Esteja onde eu ficar.

Caminhada
Augusta Schimidt

Abri as portas da vida,
Percorri os labirintos do coração,
Transpus muralhas, voei trapézios,
Chorei mistérios...

Dancei na ciranda do tempo,
Ouvi sons do silencio em semitom,
Caminhei sobre a face de um poema,
Acordei palavras com um sopro,
Encontrei o poeta dos sonhos.

Escalei montanhas de nuvens,
Mergulhei nas estrelas do céu,
Colhi braçadas de flores e ventos,
E na sombra do meio dia
Descansei na floresta de mistérios.

Nos braços do seu abraço
Senti a calma depois do temporal
Lavei a alma em água de luz e coral
Fechei as portas do tempo pra morte...

Bolhas de sabão
Augusta Schimidt

Flutua no ar
Caleidoscópio de cores
Carrega encantos do vento sul
A procurar amores...

Colide com o vento norte
Teme a sua sorte
Chora verdes, ri rosados,
Treme azulado

Explode...

A Rosa Lilás
Augusta Schimidt

Procurei em um jardim rosa mais bela
Diferente e com encanto especial,
Semeada com amor, sei que era ela...
A rosa lilás, maravilha sem igual.

Um ocaso, um encontro, uma paixão...
Tanta beleza que minha alma cala
Luz cintilante de orvalho ilumina,
Pétalas sedosas seu perfume exala.

Rosa lilás, amor terno da natureza,
Coroa-lhe a realeza
Com doces lagrimas de amor...

A maior escultura do mundo
Augusta Schimidt

Sabe o homem seu talento
Muito se cria com devoção
Moléculas, células de vidas mortas,
Que povoaram tempos e terras remotas

É a memória que se agiganta
Sobre o pedestal de sangue e honra
Centenárias esculturas em louvor
De celebridades por nós desconhecidos

Olhos curiosos interrogam
Sem que alguém nos possa explicar
Quem é o ilustre que emerge da história
A que veio e por que deve ficar

Resta-nos agora esperar
Que artista nesta vida conseguirá
Esculpir no homem, filho da terra,
O mais perfeito coração
Do verdadeiro amor e de fé.

Aquele menino
Augusta Schimidt

Eu quero aquele menino
De cabelos de caracol
Castanhos com brilho dourado
Parecendo os raios do sol

Eu quero aquele menino
Que brincava na beira do rio
Fazia artes, sorria...
A vida era seu hino.

Eu quero aquele menino
De olhos espertos, coração aberto,
Asas de algodão na imaginação
Soprando versos de amor ao universo

Eu quero aquele menino
Que cresceu, virou homem,
Mas eu sei que ele é um anjo
E mora escondido dentro de mim.

A vendedora de sonhos
Augusta Schimidt




Quem quer comprar sonhos...
Quem quer comprar?
Sonhos risonhos, alegres...
Sonhos que o tempo não esquece.

Quem quer comprar nuvens...
Quem quer comprar?
Nuvens que passam ligeiras
Deixando ilusões fagueiras...

Quem quer comprar emoções...
Quem quer comprar?
Emoções contidas...
Que viraram lágrimas coloridas.

Quem quer comprar o tempo...
Quem quer comprar?
Tempo senhor do destino
Mensageiro da esperança.

Quem quer comprar saudade...
Quem quer comprar?
Saudade que encurta distâncias
Cruzando horizontes...

E quem nada quiser comprar
Também tenho para trocar
Uma grande tristeza contida...

Por um céu de poesia
Um mar de alegria
Um coração cheio de amor...

A rosa
Augusta Schimidt

Uma pequena flor em botão
Desabrocha , encanta, perfuma o ar
E ao exibir a cor púrpura do amor
Desperta logo a paixão

Vira então o símbolo sagrado
Que comanda uma terna emoção
Dá vida e beleza a poesia
Apaixona o sereno a brisa a escuridão...

Entre todas elas a mais bela,
É você rosa amarela
Que irá chorar a noite
Quando o momento chegar

E na hora da partida
Como símbolo de amor em vida
Eterna será aos olhos
De quem deitá-la ao mar.

A Espera
Augusta Schimidt

Tudo é silencio, a tarde já começa
Julguei ver-te surgir, mas era engano
Com lágrimas nos olhos lembro a promessa...
Cala-te coração, és desumano!

O céu desfaz-se em lágrimas sentidas
É a chuva que percebe a minha dor
Passa o dia, são as horas mais sofridas
Te espero, ansiosa com ardor.

Já tenho pouco tempo, a vida é curta
Sabes que me preparo pra partir
Mas espero o abraço antes de ir...

Mas eis que tu apareces de repente
O teu sorriso largo traz-me a cura...
Sei que vale esperar-te eternamente!

A abelhinha
Augusta Schimidt

Voando pra cá...
Voando pra lá...
A abelhinha vai buscar
No coração que ela acredita
O mel que adoça a sua vida.

De repente sai da colméia
E bem depressa olha o sol
Mira o horizonte
E vai...

Atravessa mundos e mares
Sonhos e desejos
Encontra o abrigo que procura
E ali faz sua morada

Então a abelhinha, feliz
Adormece descansada...

A borboleta
Augusta Schimidt

Flutuando no ar com transparência
A borboleta baila fascinada
Voando veloz faz circunferência
Saudando o dia já na madrugada

E quando o sol desponta no cerrado
Exalta a mãe, sagrada natureza!
De flor em flor a bela borboleta
Segreda ao céu mistérios da beleza.

Ramagens verdes formam passadeiras
Onde sonhos secretos espairecem
À espreita dessas luas passageiras...

No seu ágil estilo a borboleta
Acena o adeus nas asas que estremecem
Em ondular feliz, da silhueta.